segunda-feira, 28 de julho de 2008

A Casa do Seixoso

Esta pequeno texto pretende levá-los a ter muita vontade de conhecer e a desfrutar de um dos locais de referência do concelho de Felgueiras, a Casa do Seixoso que até sanatório já foi...Eis um pouco da história da nossa Família...
"O Seixoso é um Edifício de grande envergadura, rodeado por enormes pinheirais e velhíssimos eucaliptos, construído no século passado para sanatório. Em 1904 um pavoroso incêndio destruiu-o parcialmente. O seu proprietário, Dr. António Cerqueira Magro, mandou-o reconstruir não para continuar como sanatório, mas para Estância de Repouso. Tinha como médico permanente o distinto Dr. Eduardo Freitas, natural e residente na Lixa na Casa da Prelada. Depois da sua morte sucedeu-lhe o Dr. Manuel Cerqueira.
Pela sua mesa, pelos seus belos ares, pelo seu sossego e pela maneira lhana como os seus hóspedes eram tratados, o Seixoso que só funcionava de Maio a Outubro, tinha grande afluência de hóspedes. Por lá passaram Condes, Marquesas, Generais, Médicos, etc... Gente rica, não só portugueses como estrangeiros, passava as suas férias no Seixoso! Nesses seis meses, o Dr. Cerqueira Magro dava esta estância à exploração a duas senhoras de Matosinhos - a D. Eulália e a D. Ritinha.
Porque havia muitas raparigas ao serviço do hotel, os rapazes da Lixa passavam lá as tardes domingueiras. Alguns, munidos de instrumentos musicais, originavam danças e cantares populares, fazendo a delícia dos comensais.
Desses encontros resultaram alguns casamentos, entre os quais o de meus pais, o D. José d'Avilez, etc...
Entre 1934 e 1935, por morte das duas senhoras e do Dr. Cerqueira Magro, a exploração do hotel ficou a cargo do genro do proprietário, o Sr. Ferreira, acabando em breve por falecimento deste.
O Seixoso é hoje propriedade dos netos do Dr. Cerqueira Magro, (entre os quais o Professor Dr. Fernando Cerqueira Magro, médico e professor na Universidade do Porto), família bastante numerosa que o utiliza para passar férias bem como alguns fins-de-semana. Dos anos 20 até aos anos 30, o Dr. Cerqueira Magro, sabedor profundo da pureza e qualidade diurética da água do Juvêncio, pu-la à venda em garrafas e garrafões, sendo comercializada não só no mercado nacional mas também no estrangeiro. Na verdade, a Fonte Juvêncio, que ainda hoje existe, fornece uma água maravilhosa, abastecendo muitos "clientes" que ao Seixoso a vão buscar, sem que o seu actual proprietário (Prof. Dr. Cerqueira Magro) lhes leve nada por isso...
Carlos Coelho
(in "Revista das Vitórias 2000")
casa do seixoso.jpg
fonte juvêncio.jpg

4 comentários:

Editor disse...

Olá!
Gostei muito de ler a história da casa Seixoso e poder assim aprofundar um pouco mais o estudo que ando a fazer sobre a poetisa Florbela Espanca.
Segundo Rui Guedes, um grande florbeliano,("Acerca de Florbela", Lisboa, D. Quixote, 1986, p. 67), a poetisa repousou durante um mês no "Hotel do Seixoso perto da Lixa", em 1928, talvez de meados de Junho e Julho.
Que bom seria se houvessem arquivos, registos desses tempos.

Felicidades
José Carlos Canoa

Queres Nídia ... Costa? disse...

Ola,
Como neto de uma das proprietárias (Maria Elisa Cerqueira Magro) da Casa do Seixoso, deixo aqui um forte apreço pelo V. interesse em torno da Historia do Seixoso. Já era do nosso conhecimento a estadia dessa excelente poetisa portuguesa! Se quiserem aprofundar as V. historias e saberes acerca da nossa familia e historia do Sanatório do Seixoso. Contactem (932350073) Tiago Costa

Blog do Alex 2 disse...

22 de novembro de 1918 – As melhores famílias do Porto e Norte assistiram ao batizado do 1.º neto do considerado clínico desta cidade Dr. Cerqueira Magro, com água da Fonte do Juvêncio, na paradisíaca estância de Seixoso (Felgueiras), propriedade do referido avô. A Condessa de Silves cantou a Avé-Maria de Gounod, acompanhada ao piano por D. Henriqueta Granado, enquanto o Conde de Sucena empunhava a Cruz (“O Tripeiro”, nov.1978, efem.). Espero que goste, Adriano "aconteceu neste dia" Silva, do site "Porto Desaparecido".

Unknown disse...

O seixoso hoje não passa de um nome e apenas um aglomerado de montes sem nada alguns pinheiros eucaliptos replantados para comércio de papel construções de vinha e o resto pedras e mato abandonaram o nosso seixoso lindo e verdejante deixaram queimar tudo ninguém se importou com o belo seixoso estão preocupados agora que está tudo destruido agora não existe seixosa é apenas um lugar como qualquer outro